Adoro pensar que nada do que eu escrevo é criado por mim mesma. A semiótica confirma meu pensamento e as teorias do Jornalismo meu “gostar de pensar assim”. A primeira diz que tudo já foi dito. A segunda que o jornalismo “dá a palavra a alguém” como estratégia para dar credibilidade ao dito. Pois bem, peguei o barco andando e ainda consegui sentar na janelinha. Sei que essas frases já são do mundo e creio que cabem aqui como uma luva. Ok. Chega de chavões. Vamos lá, seriamente, para meu último post neste blog.
Senti-me muito bem recebida por uma idéia que achei fantástica: mostrar um pouquinho da sociedade santa-mariense, através de faces conhecidas, mas não famosas. Já estava tudo no papel, bastava pôr em prática. Atualizações de segunda a sábado, os temas mais variados possíveis.
Nunca duvidei que daria certo. Deu. Foram sete dúzias de posts, horas de pesquisas, de produção, de entrevistas, de descobertas deste mundo virtual tão conhecido e tão cheio de surpresas. Todas agradáveis, se vierem com a senha de acesso, um manual de instruções, um amigo que entenda muito de internet ou, ainda, e o mais importante: curiosidade e persistência.
John Batelle, colaborador do blog mais popular do mundo – o Boing Boing -, disse em entrevista à Revista Época que o blog é o primeiro passo para que tenhamos uma plataforma própria para o mundo. Desde 1997, quando o internauta Jonh Barger definiu seu diário pessoal como “weblog” (registro na web), Batelle tem sua razão.
Qualquer blog pode ser lido por todos com um computador e acesso a internet. São mais de 40 milhões de “plataformas”, segundo informações do site da Technorati, empresa que cataloga os blogs no mundo todo.
No mesmo dia em que o Identidades foi criado, surgiram outros 75 mil. Praticamente um por segundo.
Já conhecia a ferramenta, mas confesso que um dia acordei e pensei em como armazenar as minhas produções, que não cabiam no armário e enchiam de pastinhas chatas o computador. Decidi fazer um blog, mas realmente nunca pretendi ser lida. Porém, me surpreendi que até mesmo o meu blog, escondidinho, teve acessos. Mais ainda, me surpreendi com as possibilidades que a blogosfera pode trazer, como negócio, entretenimento, visibilidade, etc.
No Identidades-sm, junto com as colegas que me aceitaram, “sujei” o dedo para colocar minha impressão digital, literalmente. Meu primeiro post foi sobre a pizza e a galinha escabelada, de onde surgiu a receita da pizza escabelada. Depois disso foi uma salada - saudável experiência de conhecer pessoas, gostos, hábitos, culturas diferentes, e compartilhar com todos o conhecimento (este que também não é meu, mas apropriado, e que é preciso passar adiante).
Uma das frases célebres atribuídas a Albert Einstein é esta: “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.”. Fico feliz, pois se a minha era um grão de ervilha, agora posso comemorar por ser, no mínimo, um grão de feijão.
Jesus, mestre, disse que aqueles que sabem tudo, mas desconhecem a si próprios, são absolutamente carentes. Portanto, (eba!) tamanho não é documento.
Finalizando, peço desculpas por não ter citado as fontes de todas as minhas palavras, mas tenho dois bons motivos:
1- Não correr o risco de ter que pagar direitos autorais por cada frase.
2- Por não ter tanto tempo de vasculhar a internet para saber quem disse tal coisa. (E imprimir, convenhamos, não é uma boa idéia).
Felizmente, ainda não cobram royaltis pela língua portuguesa!
Um abraço apertado, com uma boa impressão digital.
Géssica Valentini
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