IDENTIDADES





Uma forma de conhecer um pouco mais da sociedade santa-mariense, mostrando diferentes personagens da cidade, seus gostos e preferências...

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Vai um chazinho aí?

Como o perfil dessa semana é Dona Julinha, trabalhadora da barraquinha de chás, nada melhor que falar um pouco sobre eles...

Geralmente, quando sentimos qualquer coisa nos oferecem um chá.
Tem para emagrecer, acalmar, aquecer, para dores de barriga, cabeça, para gripe, cólicas, enjôo, e tudo o que se possa imaginar... Alguns não acreditam nos benefícios dessa bebida tão simples, mas outros trazem como hábito sua ingestão e afirmam que faz bem sim.
Uma explicação para essas divergências pode ser o fato de que, cientificamente falando, o chá ainda não teve suas vantagens comprovadas. Pesquisas estão sendo realizadas e, provavelmente, em algum tempo, já teremos o aval da ciência...

Um pouquinho de história:
O chá é uma bebida de origem chinesa, uma infusão proveniente da imersão de folhas, ervas ou flores de algumas plantas, em água fervente, para extrair as substâncias aromáticas.

Alguns tipos:
Boldo - o boldo é uma folha acinzentada com sabor amargo, mas muito eficaz contra dores do estômago e problemas no fígado. Sabe quando você ingere bebida alcóolica um pouco além do que devia? Toma um chazinho de boldo, é ótimo pra curar.
Chá de camomila, erva doce, hortelã - geralmente indicados como calmantes, para relaxar. É bom consumir à noite, um pouco antes de dormir, podendo ser acompanhado por um alimento leve.
Chá de carqueja – utilizado também em casos de perturbações gástricas ou para fins curativos. Em São Vicente do Sul, quando eu era criança, a carqueja era muito usada para o chá e, também, para o feitio de vassouras...

Uma dica:
Para quem deseja emagrecer, sugere-se o consumo diário de chá, pois é uma bebida que não possui calorias e é muito saborosa. Utilize adoçante e tenha cuidado com os acompanhamentos. Assim você se esquenta e mantém a forma.

Receita básica:
Não há muito que falar sobre uma receita de chá... Praticamente todos nós já fizemos de algum tipo: comprado em caixinhas, aqueles que vem em saquinho e é só "mergulhar" na xícara, os adquiridos com a Dona Julinha ou em barracas semelhantes à dela, e tem também aqueles, que eu acho os melhores, colhidos na hora... aqui em Santa Maria se torna um pouco difícil, então o melhor e procurar no comércio mesmo.
O importante é lavar bem as plantas que serão utilizadas. Depois colocar uma certa quantia em um recipiente (depende quanto chá se deseja preparar) e acrescentar água fervente. Espere a bebida esfriar um pouco e se delicie. É opcional a utilização de alguma forma de adoçante (açúcar, mel, adoçantes).
Há algumas receitas que divergem dessa, mas a mais comum é essa aí. E podem ter certeza, funciona, comigo pelo menos...

Fonte: http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/060703_nut_cha.htm

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Viva o Rio Grande do Sul!


Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul!!
(Querência Amada)


É o compositor deste verdadeiro hino gaúcho que acompanha Dona “Julinha dos chás” todos os dias. As músicas de Vitor Mateus Teixeira, ou simplesmente Teixeirinha, são as suas preferidas, assim como de tantos outros gaúchos. O maior artista gaúcho nasceu em 1927 na cidade de Rolante (RS). Teve uma infância difícil, pois perdeu o pai quando tinha 6 anos e a mãe, quando tinha 9. Começou a trabalhar desde cedo, fazendo de tudo um pouco. Em toda a sua vida, foi desde vendedor ambulante até operador de máquinas do Departamento de Estradas de Rodagem (DAER). Depois de todas estas funções, começou a cantar em rádios de cidades interioranas para tentar a sorte na carreira artística.

Em 1959, a vida de Teixeirinha começou a mudar. Foi chamado para cantar em São Paulo, de onde eram alguns dos cantores mais influentes daquela época. Os shows que fez por lá o tornaram conhecido e abriram as portas para a gravação de seu primeiro disco, “O Gaúcho Coração do Rio Grande”, em 1961. Já neste ano, seu disco vendeu mais de 1 milhão de cópias, um número muito expressivo para a época.

De volta ao nosso Rio Grande, Teixeirinha foi a Porto Alegre. Para se ter idéia do quanto o cantor faturou com a venda de seu primeiro disco, ele conseguiu comprar uma casa, na capital gaúcha, e uma Kombi. Daí em diante, ninguém mais conseguiu parar o “Gaúcho Coração do Rio Grande” (ao contrário do que possa parecer, o nome não é nenhuma referência à cidade de Santa Maria, conhecida também como cidade “coração do Rio Grande”). Teixeirinha bateu recordes. A música “Coração de Luto”, uma composição que ele fez em homenagem a sua mãe, é até hoje a mais vendida do mundo. Foram mais de vinte e cinco milhões de cópias.

Além de compor e cantar várias músicas – o número é incrível: cerca de 1200 composições e 700 gravações –, Vitor Mateus Teixeira também deu as caras como ator. Participou de doze filmes e se configurou, juntamente com Mazzaropi, como um dos principais representantes, no cinema, da cultura regional brasileira. Os títulos dos filmes nos quais atuou são: “Coração de luto”, “Motorista sem limites”, “Ela tornou-se freira”, “Teixeirinha 7 provas”, “O pobre João”, “Na trilha da Justiça”, “Carmem, a cigana”, “A Quadrilha do Perna Dura”, “Meu pobre coração de luto”, “Gaúcho de Passo Fundo”, “Tropeiro Velho” e “A Filha de Iemanjá”. Ah, uma curiosidade: “Julinha dos chás” gosta tanto dos filmes de Teixeirinha, que até comprou um aparelho de DVD para poder assistir aos que já foram digitalizados.

Apresentações no Brasil foram muitas. E no exterior não foi diferente. Estados Unidos da América, Canadá e alguns países da América do Sul também foram palco para Teixeirinha.

Este grande compositor, cantor e poeta gaúcho faleceu em 1985 em Porto Alegre e – pasmem! – deixou nove filhos.

Teixeirinha conseguiu, através da música, fazer com que seus ouvintes se identificassem com o conteúdo de suas letras. A simplicidade do rincão, a felicidade emanada pela vida no campo e o amor pelo Rio Grande são algumas das lições de suas composições. Elas sempre me fazem lembrar as festas em família realizadas sempre no primeiro dia de cada novo ano, nas quais as músicas de Teixeirinha não podem faltar. Lembram-me dos ensinamentos de simplicidade ensinados a mim pelos meus pais. Talvez uma das pessoas que influenciaram a eles - além dos meus avós, é claro - tenha sido o “Gaúcho coração do Rio Grande”, através de suas canções.

Teixeirinha ainda se mantém vivo na memória de muitas pessoas, principalmente dos gaúchos. E para quem quer relembrar as canções de Teixeirinha, aí vão algumas delas: Querência amada, Tordilho negro, Gaúcho de Passo Fundo e Canarinho cantador.
Além de relembrar Teixeirinha por meio de suas canções, os fãs também podem fazer isto através da leitura de um livro sobre a vida dele. Neste fim de semana, o escritor Israel Lopes fará uma sessão de autógrafos de seu livro “Teixeirinha – o Gaúcho Coração do Rio Grande”. A sessão será dia 04 de novembro, às 19h30min, no Pavilhão de Autógrafos da 53ª Feira do Livro, que está acontecendo em Porto Alegre.

Ah, uma última informação: a canção “Querência Amada”, que abriu o post de hoje do blog, pode vir a se tornar símbolo oficial do estado. Ela seria reconhecida como hino popular do Rio Grande do Sul. A proposta do Deputado Giovani Cherini (PDT) foi aprovada, dia 16 de outubro deste ano, pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa e agora será encaminhada ao plenário para votação dos parlamentares. Para ver a notícia completa, clique aqui.


Me perguntaram se eu sou gaúcho
Está na cara repare o meu jeito
Sou do rio grande lá de Passo Fundo
Trato todo mundo com muito respeito
(Gaúcho de Passo Fundo)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

'Julinha dos chás'


“Ah, esqueci de falar desse, que é um dos mais procurados. Esse eu garanto que levanta tudo”. Com uma enorme raiz nas mãos, contrastando com as unhas vermelhas e um sorriso alvo de orelha a orelha, dona Julinha é toda cheia de si. “Já até saí no jornal também, sabia?”.

Modéstia, nenhuma. As palavras se tornavam confundíveis com o barulho de transeuntes e ônibus que passavam no cantinho de chás em frente à catedral e ela resolve o problema em poucas palavras. “Vem mais perto da princesa, que aí ouve melhor, vem”. Mas a falta de modéstia não faz dela prepotente, muito pelo contrário. Mostra que gostar de si é dos atributos que a faz uma pessoa tão especial, simples assim.

Dona Julinha é Julia Pereira da Silva, 63 anos, o semblante de 60 e a personalidade de qualquer idade, a gosto do freguês. Há 10 anos ela trabalha ali. Exatamente o tempo que dura o casamento com Edson Ferreira – marido e dono da barraquinha cujo nome revela muito sobre as crenças e a própria vida: “O cantinho das plantas que curam é a natureza de Deus”.

Ali tem pelo menos cinco dezenas de qualidades de chás. Alguns mais conhecidos como a marcela, a carqueja, o alcachofre. Outros engraçados como a mamica de cadela. Um por um ela sabe o nome e para que serve. Um conhecimento que adquiriu principalmente com a avó, em São Nicolau, onde nasceu e viveu até os 15 anos, com o marido, e também em alguns livros, numa leitura lenta e trabalhosa, pela “falta de estudo”.

O primeiro casamento trouxe 3 filhos homens e sete netos. O marido faleceu e algum tempo depois ela conheceu Edson, ali mesmo, na barraquinha. Casaram e então sua vida então passou a ser no “melhor lugar do mundo e fazendo o que eu mais gosto de fazer”.

Embalados pelo Teixerinha, com a música “Aliança”, eles construíram uma história de chás e de fé. “Tudo é de Deus. As plantas são de Deus e por isso tem poder, mas tem que ter fé.”

Quando não é ele quem está na barraquinha, é ela, num revezamento que não cansa. Em casa, ela prepara um chazinho gostoso e leva para ele tomar, numa rotina que não entedia, mas dá prazer.

No quintal de casa ela cultiva toda esta história, sem cessar, cuidando para que nem o calor, nem o frio, nem clima nenhum estrague o que é fonte de alegria e sobrevivência.

Assim, tia Julinha, mamãe Julia ou seja lá como a chamem continua escrevendo as páginas de sua vida. Escrevendo? Ok. Ainda não. Mas pra quem duvida, mesmo com a "falta de estudo", ela tem uma frase determinada. “Um dia vocês vão ver um livro chamado 'Julinha dos chás', já pensou?”.

Se deus quiser.

sábado, 27 de outubro de 2007

Uma vez carrapinha, sempre carrapinha*. Já sabemos que a paixão foi instantânea e Gilceu não quer fazer outra coisa na vida a não ser aproveitar os doces momentos que seu “doce” proporciona. Pelo menos até a aposentadoria... e este assunto, embora eu tenha começado o texto em tom de brincadeira, é coisa séria.

Gilceu nasceu em 1958 e hoje tem 48 anos. Segundo ele, para a aposentadoria faltam 10 anos. Se aposentará, portanto, com 58. Não pedimos para ele de que forma contribui com a previdência social para receber a aposentadoria, mas provavelmente se enquadre na categoria “contribuição individual”, pois é chefe de si mesmo, provavelmente receba a aposentadoria por tempo de contribuição. Isto quer dizer que mensalmente ele contribui com um valor proporcional ao que ganha com a venda das carrapinhas.

Fazendo alguns cálculos...ele começou a trabalhar em 1978, com 20 anos, e se tivesse começado a contribuir na época se aposentaria com 55 anos, já que o tempo de contribuição para homens é de 35 anos (mulheres é de 30 anos). Por outro lado, mesmo assim ele tem duas opções. Pode receber a aposentadoria aos 53, mas neste caso receberá a aposentadoria proporcional, ou seja 70% do salário de benefício, mais 5% a cada ano completo de contribuição posterior ao tempo mínimo exigido.

Se preferir vender a carrapinha por mais alguns anos, até os 58, receberá o valor integral do salário benefício.

Se, ainda, ele não tivesse contribuído em nenhum ano, se aposentaria por idade, neste caso com 65 anos (mulheres com 60). As regras são muitas e cada um pode se encaixar em diferentes categorias. É bom irmos pensando nisso, antes que a dor de cabeça antecipe os cabelos brancos... para saber mais sobre aposentadoria, consulte o site da Previdência Social.

Ah, tenho certeza que os clientes do Gilceu sentirão sua falta, portanto aproveitem as carrapinhas! E para ele, já que ninguém é de ferro e a aposentadoria vem para um descanso merecido, aí vão algumas sugestões de destinos:
*Confesso que essa palavra é nova para mim...conhecia o " doce triste", como bem definiu a Letícia, somente por cri-cri. E, de qualquer forma, é triste... mas doce =D

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

29 de outubro. Um dia rico que marcou o Brasil e o mundo de formas irreversíveis. Resolvi fazer um “apanhado” de eventos interessantes que aconteceram nesta data e que, de alguma forma, transformaram a humanidade.


Além do aniversário do Carrapinha, na próxima segunda-feira comemora-se o Dia Nacional do Livro. O dia foi escolhido por ser a data de fundação da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, em 29 de outubro de 1810, com a transferência da Real Biblioteca de Portugal ao Brasil, com a vinda da família Real. Desde a sua inauguração, a Biblioteca Nacional teve um crescimento constante e permanente, estabelecendo relação com organismos internacionais para divulgar livros e autores brasileiros. Em função do crescimento do acervo, a biblioteca trocou de sede algumas vezes. Em 29 de outubro de 1910, a Biblioteca Nacional foi inaugurada no seu atual prédio, que recebe cerca de 15 mil visitantes por mês.
29 de outubro também foi data de feitos trágicos, como a Crise de 1929. A Grande Depressão, considerada o mais longo período de recessão econômica do século XX, teve início popularmente em 29 de outubro de 1929. Na chamada Quinta-feira Negra, as ações na bolsa de valores de Nova Iorque caíram drasticamente, o que fez com que milhares de acionistas perdessem grandes somas em dinheiro. A queda na bolsa piorou os efeitos da recessão que vinha se arrastando pelos Estados Unidos desde julho. A inflação cresceu e a venda de produtos caiu drasticamente, obrigando inúmeras empresas comerciais e industriais a fecharem, elevando as taxas de desemprego. Esta situação persistiu ao longo da década de 1930 e terminou apenas com a Segunda Guerra Mundial. Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro, em diferentes intensidades. Os países mais atingidos foram os mais industrializados, como a Alemanha, a Austrália, a França e a Itália. Em países pouco industrializados, a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização. Em 1933, o presidente norte-americano Roosevelt encontrou uma solução para a crise, com a aplicação de medidas conhecidas como New Deal.


Mais recentemente, em 29 de outubro de 2004, um episódio – assim como a Grande Depressão – abalou também solos norte-americanos (e mundiais). Na data, Osama bin Laden assumiu explicitamente a responsabilidade pelos ataques de 11 de Setembro, no último vídeo em que aparece. Os atentados terroristas de 11 de Setembro contra as torres gêmeas de Nova York e contra o pentágono da capital dos Estados Unidos abalou o mundo, fazendo-o perceber que até a potência mundial poderia ser alvo dos terroristas. O incidente provocou a morte de pelo menos 2752 pessoas, de 90 países distintos e a represália do governo norte-americano, que resolveu intervir em países como o Afeganistão e o Iraque, combatendo a ameaça terrorista.


Voltamos novamente à realidade brasileira para falar do último acontecimento garimpado deste 29 de outubro. Em 29 de outubro de 2006 aconteceu a reeleição do presidente Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Conhecido por sua trajetória de lutas sindicais no ABC Paulista, o nosso presidente passou por três eleições (1989, 1994 e 1998) até ser eleito na quarta, em 2002, derrotando Geraldo Alckmin no segundo turno das eleições. O presidente Lula posiciona-se ao lado dos trabalhadores e da classe mais desfavorecida do país, criando programas como Bolsa Família e Fome Zero.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Itaarense, sim senhor!


Itaarense! Sim, isso mesmo! O nosso famoso Carrapinha é natural de Itaara. Mas pra dizer a verdade, ele só se tornou um itaarense de verdade no ano de 1997, quando foi fundada a cidade de Itaara. Até então ela era uma espécie de distrito de Santa Maria.


De origem Tupi-Guarani, seu nome significa “Pedra Alta ou Altar de Pedra”.


A povoação do Município de Itaara teve início com a construção da antiga Estrada do Pinhal, aberta ao trânsito público, por ordem do governo republicano em 1840, encurtando o percurso entre Santa Maria e Cruz Alta, que antes era feito pela estrada de São Martinho.


No ano de 1857, três famílias alemãs compraram lotes de terras, no povoado chamado São José do Pinhal, iniciando assim a colonização da região. Foi desenvolvida uma economia baseada na agricultura rudimentar e primária, exploração da madeira, artefatos de couro (selaria) e ferrarias.


A vila era ponto de descanso para quem transitava da região serrana à Santa Maria e/ou Porto Alegre, possuindo hospedarias confortáveis, além de alambiques, tafona (engenho de farinha de mandioca), curtumes, tamancaria, bem como, inúmeros estabelecimentos comerciais de produtos coloniais, secos e molhados e uma escola pública.


Em 1882, a localidade de São José do Pinhal é elevada a condição de Freguesia e continua a prosperar até 1885. Neste ano, inaugura-se a Linha Férrea de Santa Maria a Porto Alegre que viria a constituir-se na grande causa do retrocesso da florescente povoação do Pinhal que se viu afastada, mais de léguas, da próxima estação da Linha Férrea (Estação do Pinhal).O local dessa estação não servia aos interesses dos comerciantes e industrialistas de São José do Pinhal, a quem se tornou mais prático levar seus produtos diretamente a estação de Santa Maria. Assim, passou a existir então o Pinhal Velho (em decadência), atual Itaara, e o Pinhal Novo.


Atualmente, Itaara é considerado Município Turístico e apelidada de “Cidade dos Balneários”, por possui muitas potencialidades turísticas, que principalmente no verão, fazem triplicar o número de moradores locais em busca de lugares de lazer e casas de veraneio nos balneários, usufruindo em finais de semana, feriados e férias.


Aos santa-marienses fica a sugestão de férias para esse verão, que inclui uma visita no Museu de Ufologia, na academia de golfe (aos interessados em aprender o esporte) e na Estrada do Perau – que proporciona uma visão panorâmica linda de Santa Maria. Aos mais religiosos, a cidade tem lindas igrejas e cemitérios históricos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Olha a carrapinha!!

Carrapinha é um doce triste! Triste porque é tão bom que é praticamente impossível parar de comer... depois que a gente começa, vai o pote inteiro! Também, amendoim, açúcar, chocolate, só vai coisa boa na receita...
A carrapinha é aquele doce típico de festa junina, junto com o quentão, a rapadura, a pipoca, e por aí vai. O cheirinho também é muito bom. Quem é que não sente vontade comer quando está caminhando pelo centro e vem aquele cheiro? Seu Gilceu já deve ter se acostumado, mas para quem não trabalha todo dia com esse amendoim doce, dá sempre vontade de parar e comprar um saquinho.
E qual a receita do Seu Gilceu para sua famosa carrapinha? Ele diz que não tem segredo nenhum, e nos conta como fazer: amendoim, canela e açúcar. Dá para variar também. Tem gente que põe chocolate na receita, mas seu Gilceu não recomenda porque diz que o chocolate pode dar um gostinho de queimado.
Na verdade, não tem bem um jeito certo de fazer. Mas o básico da receita é esse mesmo. Cada um tem que ir testando, procurando acertar o ponto e a quantidade certa de ingredientes.
Vai aí uma receitinha então:

Carrapinha

Ingredientes:
· 3 xícaras de amendoim sem torrar;
· 3 xícaras de água;
· 3 xícaras de açúcar;
· 3 colheres (sopa) de chocolate em pó;
· 1 colher (sobremesa) de bicarbonato (opcional).

Levar todos os ingredientes ao fogo e deixar ferver até começar a secar. Quando começar a secar, tirar do fogo e mexer muito para que os grãos de amendoim fiquem soltos. Derramar em uma assadeira, e deixar esfriar antes de comer.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Música? Pra quê?

Escutar música... Quem não gosta?

Muitos têm suas rádios preferidas e se tornam ouvintes assíduos, já outros, como Gilceu Rodrigues das Chagas, o "Carrapinha", escuta música em qualquer rádio, pois não tem preferências.

Segundo estudiosos, esse hábito tão gostoso é muito saudável, pois atinge diversos órgãos e sistemas do corpo humano, como: o cérebro, o hipotálamo, a hipófise, o cerebelo, o córtex cerebral, os pulmões, todo o aparelho gastrintestinal (secreção do suco gástrico), o sistema circulatório (agindo na pressão sanguínea, no volume do sangue e no ritmo cardíaco), a pele e as mucosas, os músculos (tonicidade muscular) e o sistema imunológico. Realmente, é muita coisa.

Destacam-se, também, os fatores benéficos ligados ao equilíbrio térmico, ao funcionamento das glândulas sudoríparas, à redução da sugestionabilidade e do medo, enfim, ao metabolismo em geral.

Mas o conceito de música como remédio para a mente e o corpo é antigo. Apolo, o deus da mitologia grega, era o provedor da medicina e da música. A música tem sido reconhecida como "cura" para algumas pessoas que se encontram doentes, e atualmente se tem estudado essa questão de forma mais científica.

Os bons efeitos da música já estão sendo usados em clínicas para auxiliar na melhoria dos pacientes. A tendência é um crescimento da área dentro das ciências, tanto como estudo quanto como tratamento.

Não importa se você ouve AM ou FM, os sons atuais ou aqueles da época dos seus avós, se escuta música no velho toca-discos ou no novíssimo e sofisticado aparelho de som, no rádio portátil ou naqueles gigantescos, que não saem da sua casa por nada. O importante é você ouvir o que gosta, nos momentos que julgar oportuno.

Oportuno pode ser quando se está sozinho em casa, na viagem de ônibus, na festa com os amigos, no barzinho, durante o trabalho, enquanto arruma do quarto, fazendo um artigo pra aula, estudando para aquela prova terrível... Você precisa encontrar o momento mais apropriado para as suas atividades e os seus gostos.

Pois afinal, está comprovado: música faz bem, sim.
O "Carrapinha" é que está certo...

Você pode conferir o texto de onde foram extraídas as informações nos sites: http://www.fonixbrasil.com.br/noticias.php?id=11
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572006000300002

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Vai uma carrapinha aí gente?


Carrapinha, cri cri...você já deve ter ouvido falar neste doce feito com amendoim ou até tê-lo experimentado. Aqui em Santa Maria, um dos vendedores mais populares de carrapinha é Gilceu Rodrigues das Chagas. Casado, ele tem dois filhos – Taís, estudante de 17 anos, e Diogo, que tem 23 anos e é militar. A propósito, é a filha Taís quem iria acessar o blog, já que Gilceu disse não entender muito de computador. Natural de Itaara, Gilceu nasceu no dia 29 de outubro de 1958. Veio para Santa Maria, em 1977, servir ao quartel. Em 1978, já começou a trabalhar como empregado de um senhor chamado Luiz, que era vendedor e lhe ensinou a fazer carrapinha. Um ano depois, Luiz vendeu seu carrinho a Gilceu, que começou a comercializar o doce. Algum tempo depois, Gilceu vendeu o primeiro carrinho e comprou outro, o qual mantém até hoje.

Nas horas vagas o “carrapinha” - como é conhecido - fica em casa, escutando música em qualquer rádio, pois diz não ter preferência por nenhuma. Quando questionado sobre seu prato preferido, Gilceu disse não ter preferência: gosta de tudo, inclusive de carrapinha. Ah, ele até deu a receita da carrapinha. Segundo ele, não tem segredo nenhum. Mas a receita você só vai saber na quarta-feira, que é o dia do post sobre “culinária”.

O “carrapinha” é muito conhecido na cidade, tanto que até já deu entrevista para um jornal local. A ponto de completar quase 30 anos vendendo carrapinha, ele afirma que já pensou em vender outra coisa, mas desistiu da idéia. E fez bem. Hoje, ele tem uma clientela fixa que sempre compra seus doces. É muito conhecido não só na cidade, mas principalmente por quem passa com freqüência pelo seu ponto de venda. Enquanto eu o entrevistava, muitos amigos passavam pelo local e o cumprimentavam. Eram advogados, professores e até ex-jogadores de futebol.

Para o futuro, Gilceu visa trabalhar com carrapinha até se aposentar. Segundo ele, ainda faltam 10 anos para que isso aconteça.

Ficou com vontade de experimentar a carrapinha do nosso personagem da semana? Então é só ir até o ponto de venda dele, que fica na esquina da loja Brandt, entre as ruas Coronel Niederauer e Marechal Floriano Peixoto. Bom apetite!

domingo, 21 de outubro de 2007

E agora, Eduardo?

Muitos cursos de graduação e pós-graduação tem sido criados aqui no Brasil nos últimos anos. Assim, Eduardo tem muitas escolhas para conseguir o título de mestre em Administração Pública. As principais funções deste profissional é atuar no campo da Administração Pública gerando novos conhecimentos e introduzindo procedimentos e técnicas inovadoras neste setor. Aqui no Rio Grande do Sul, a Escola de Administração (EA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é referência. O curso de mestrado em Administração Pública foi criado em 1972 nesta instituição e tem o conceito “A” da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) possui mestrado em Administração, mas não na área da Administração Pública.


Fora do estado, as instituições que possibilitam mestrado nesta área são: Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) - localizada no Rio de Janeiro -, Escola de Governo (EG) da Fundação João Pinheiro (FJP), a Universidade do Estado do Amazonas, entre outras.

Se Eduardo quiser saber mais informações sobre os programas de pós-graduação em Administração do país, é só acessar o site da Associação Nacional de pós-graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD), da qual o Curso de Mestrado em Administração da UFSM faz parte.

Quanto ao desejo de contribuir com a política brasileira, é bem possível que isto se realize na vida de Eduardo. Basta resgatar um pouco a trajetória de alguns políticos que iniciaram suas carreiras em Santa Maria.

Paulo Pimenta, jornalista e técnico agrícola formado pela UFSM, é deputado federal pelo PT. Comandou o Diretório Central dos Estudantes da Universidade entre 1985 e 1986, sendo também vice-presidente da União Estadual de Estudantes do Rio Grande do Sul em 1987. Seguindo a ordem cronológica, Pimenta foi eleito presidente do PT de Santa Maria em 1989, vereador (eleito em 1988 e reeleito em 1992), vice-presidente da Câmara de Vereadores e, em 1997, vice-presidente do PT gaúcho. Além disso, foi eleito deputado estadual em 1998, vice-prefeito de Santa Maria em 2000 e, em 2002, deputado federal com a maior votação já obtida por um candidato da região central do Estado.

Tarso Genro também começou sua vida política aqui. Formou-se em Direito pela UFSM, especializando-se em Direito Trabalhista. Em 1968, foi eleito vereador da cidade pelo partido MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e, 20 anos depois, vice-prefeito de Porto Alegre pela Frente Popular. Foi deputado federal e, em dois mandatos (de 1993 a 1996 e de 2001 a 2002), prefeito da capital gaúcha. Fora da cena estadual, Genro exerceu as funções de titular da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social em 2003, Ministro da Educação entre 2004 e 2005, presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores em 2005 e Ministro Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República no ano passado. Atualmente é Ministro da Justiça.

Nada mal começar a carreira política em uma cidade que foi a base para tantos políticos que estão nos representando na cena nacional. Assim, só o que temos a fazer é desejar boa sorte ao Eduardo, nos estudos e na política.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eduardo "Cruise"...




Nada mal... Alguns anos antes de Eduardo Barin Facin, no dia 03 de julho de 1962, nasceu Tom Cruise - ídolo holliwoodiano de sucessos como Missão Impossível, Entrevista com o vampiro e Guerra dos mundos.

Eduardo nasceu em 1979 e quando ele completava dois anos Tom Cruise atuava no primeiro filme: Toque de recolher (1981).

Mas parece claro que nosso entrevistado não quer se tornar nenhum galã de cinema. Pelo contrário, faz história defendendo direitos de pessoas que não são personagens, sem a ajuda de um roteiro, direção, produção e maquiagem. Ah, e nem pausa para retoques.

Sua luta é ancorada justamente na justiça. E, coicidência, ou não, foi no dia 3 de julho de 1822 que foi criado oficialmente o Ministério da Justiça do Brasil.

E se ajudar, não foi só o cinema que ganhou um galã, e a comunidade estudantil um líder, no dia 3 de julho nasceu também o escritor Franz Kafka (1883), além de outros filósofos e até o rei da frança Luís XI (1423).

Além disso, em 1923, o marco é da comunicação, pouco antes da"era do escândalo", quando J. L. Baird faz a primeira transmissão de tv a cores, em Londres...

Para terminar, deixo aqui também a sugestão de um filme que foi lançado no dia 03 de julho de 1946: Cidadão Kane, de Orson Welles.

O filme baseado na história entre o repórter Thompson e o empresário da da imprensa Charles Foster Kane. Na trama o repórter reconstitui a trajetória de Kane tentando decifrar o significado de sua última palavra no leito de morte: "rosebud". Descobrir o porquê da palavra se torna uma obsessão para o jornalista, que acredita poder encontrar nela a chave do significado de uma vida enigmática.



Para saber mais sobre esta data:

Wikipédia
Terra fatos históricos

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Orgulho de ser santa-mariense

Eduardo Barin Facin nasceu em Santa Maria e, mesmo tendo passado alguns anos em Porto Alegre, voltou à Cidade Cultura. Hoje, resolvi localizar o bairro em que o nosso personagem vive – o Bairro Nonoai – e escrever um pouco da nossa tão amada cidade cultura. Então vamos por partes.
O nome Nonoai em indígena é uma homenagem ao “velho e bondoso cacique”. Em Santa Maria, o Nonoai é um bairro pequeno que está localizado entre os bairros Nossa Senhora Medianeira, Centro e Nossa Senhora de Lourdes. Para quem precisa de mais referências, ele abrange o começo da Rua Tamandaí, a rua do Mc Donald’s. Além de ser um bairro, Nonoai é também o nome de uma pequena cidade no noroeste do Rio Grande do Sul.

Mapa de Santa Maria

Partimos então para a segunda parte do texto: escrever um pouco sobre a nossa amada cidade cultura. Apesar de algumas pessoas acharem que o título é um pouco contraditório, ele revela algumas verdades. Santa Maria tem um rico patrimônio histórico-cultural, que muitas vezes não é preservado e nem sequer notado. A Vila Belga, a Estação Ferroviária, a Praça Saldanha Marinho,... Quantos projetos culturais envolvendo estes prédios poderiam ser feitos?
A Prefeitura peca um pouco em políticas de conservação e de incentivo à cultura. Mas não é só ela. Projetos de Turismo, Letras, História e tantos outros cursos poderiam ser colocados em prática. O que acontece é que se faz pouco – e o que se faz não é muito apreciado pela sociedade santa-mariense. Só sabemos reclamar e raramente investigamos o que realmente acontece na Cidade Cultura.
Por último, gostaria de sugerir que você tire algum tempo para visitar o Teatro Treze de Maio, ir a algum sebo ou a Cineclubes para perceber que realmente existe Cultura em Santa Maria (mesmo que ainda não tenha salas de cinema). Temos que valorizar esta cidade. Afinal, se Eduardo voltou a Santa Maria, depois de ter morado em Porto Alegre, é porque alguma coisa boa ela tem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Que tal uma bóia bem típica?


Iguaria Campeira (Os Serranos)


Ao lonquear a carne gorda

num churrasco mal passado

dou um tombo na farinha

pra enxugar o sangue escaldado

oigalê bóia campeira

prá um estradeiro estropiado

no engraxar do bigode

golpeio a guampa de canha

dando um tempero especial

às refeições da campanha.



Vamo encostando a carreta

talhando espeto em taquara

campeio a lenha pro fogo

espeta o chibo nas varas

apruma a trempe pro mate

aquento o arroz carreteiro

depois de bucho xinxado

seguimos estrada parceiro.



Picando a manta de charque

arroz da panela preta

é receita à moda antiga

no rangido da carreta

mateando e contando causos

de bailantas e carpetas

no engraxar do bigode

golpeio a guampa de canha

dando um tempero especial

às refeições da campanha...

É, índio velho, dá pra perceber que não são só Os Serranos que gostam de uma boa iguaria campeira. O Eduardo, como bom gaúcho, também aprecia a comida gaúcha, principalmente o famoso carreteiro de charque.

O arroz carreteiro surgiu no Rio Grande do Sul, com os tropeiros que transportavam inicialmente o gado e mais tarde comerciantes de couro. O tropeiro atravessava todo o estado e para vencer as distâncias, era acompanhado de um carreteiro em cuja carreta levava os mantimentos. E é aí que entra o charque e o arroz, já que não pereciam com facilidade.

Normalmente o carreteiro era o responsável de fazer a comida dos tropeiros. O cozimento do arroz com o charque era um prato de fundamento, com dizem os gaúchos, e que os tropeiros apreciavam muito para recuperar as suas energias.
Ah, e vale acrescentar que o charque era dessalgado, muitas vezes na beira de um rio mesmo. E que no Arroz de Carreteiro de hoje tanto o gaúcho da campanha como o da fronteira acrescenta a cebola e o alho no preparo do prato.

E pra quem ficou lambendo os beiços só de pensar no Arroz Carreteiro, ta aí a receita da iguaria. Ah, e quem resolver fazer o prato, me convide pra provar.

Carreteiro de Charque:

Ingredientes:
1/2 kg de charque cortado em cubos pequenos

1/2 de arroz

01 colher rasa (sopa) de banha

01 cebola média picada

03 dentes de alho amassados e picados


Preparo:
Afervente ligeiramente o charque, lave e escorra bem, derreta bem a banha em uma panela e coloque o charque para fritar, quando ficar bem dourado, junte primeiro a cebola depois o alho, mexa bem daí coloque o arroz, frite por alguns minutos.Coloque água fervente + ou – dois dedos acima do arroz.Acerte o sal, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo brando, até dar o ponto no arroz (ficar macio).


Dicas:
1) Se quiser decore com tempero verde picado.

2) Em vez de aferventar o charque, deixe de molho em água fria no dia anterior ao preparo, trocando a água pelo menos três vezes.

Rendimento: 05 porções.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Escândalos e violência urbana


Fiquei curiosa. Que livro seria esse, sugerido por Eduardo principalmente para quem faz Comunicação – categoria na qual as autoras deste blog se encaixam -, “A era do escândalo”? Confesso que não o conhecia.
Fui atrás e descobri que Mário Rosa, o autor, é jornalista e abandonou as redações para se tornar consultor de imagem, sendo considerado hoje um dos maiores especialistas no assunto do país. Além do livro citado por Eduardo, também escreveu “A síndrome de Aquiles” e “A reputação na velocidade do pensamento”.
Em “A era do escândalo”, Rosa escancara uma questão fundamental da atualidade: os escândalos que inundam os noticiários no Brasil; e a partir disso busca entender como funciona a “linha de montagem” dos escândalos que aparecem na mídia e o que se passa por trás das cortinas nessas situações.
Abordando dez casos de crises de imagem que atingiram importantes instituições, empresas e nomes do país, o autor vai desnudando os fatos e detalhes destes acontecimentos.
Como aspecto central do livro, temos então a cada vez maior importância da imagem no cenário acelerado em que vivemos, e a maneira como essa aceleração pode soterrar a reputação de alguém em instantes.
Para quem quiser saber mais, é interessante ler a Entrevista de Rosa para o Observatório da Imprensa.


Quanto aos filmes citados pelo nosso perfil da semana – Tropa de Elite, Diamante de Sangue e Cidade de Deus - todos são filmes com forte conteúdo social e que suscitaram amplos debates quando lançados.
E, no caso de Tropa de Elite, nem podemos falar. O filme, que recém teve sua estréia no cinema, embora já tenha sido visto por boa parte do Brasil, levantou – como disse o próprio protagonista do filme, o ator Wagner Moura -um debate sobre um tema de enorme relevância. A segurança pública no país e a violência incrível a que chegamos, sob o ponto de vista do policial, figura raramente explorada no cinema brasileiro e, quando explorada, geralmente posta com a imagem de vilã. Sem entrar aqui nas questões de ética que o filme levanta, como as torturas praticadas pelos policiais, a sensação de perplexidade de quem assiste o filme chega a ser cruel. Pelo menos comigo, talvez por viver bem longe da realidade carioca, a primeira coisa que pensei quando terminei de assistir foi: “isso que aparece aí não pode ser o meu país”. E, mesmo morando longe, a gente sabe que essa violência não acontece só por lá.
Para ter uma idéia da repercussão, uma das inúmeras maneiras é dar uma olhada no tamanho da Comunidade do Orkut sobre o filme.

Para aqueles que querem um pouquinho mais sobre Tropa de Elite:
Site oficial
Mais curiosidades

E sobre Diamante de Sangue:
Site oficial
Mais curiosidades


E, para finalizar, sobre Cidade de Deus:
Site oficial
Mais curiosidades

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Identidade estudantil

Para o perfil dessa semana escolhemos o Coordenador Geral do Diretório Central dos Estudantes – o DCE – Eduardo Barin Facin. O acadêmico de 28 anos, que cursa o 5º semestre de Administração – Noturno, nasceu no dia 03 de julho de 1979, aqui em Santa Maria. Entre 2001 e 2005, morou em Porto Alegre, mas voltou à Cidade Cultura, onde reside no Bairro Nonoai.

Optamos por essa “identidade” por ser parte importante da vida da maioria dos estudantes e, dessa forma, tornar-se uma figura significativa para Santa Maria, como cidade universitária. Em que estaria essa importância? Primeiramente, no fato do engajamento político. Talvez, se todos nós nos envolvêssemos desde jovens nessa questão, não existissem tantos problemas relacionados ao poder...

Eduardo contou que gosta muito de ler e, inclusive, sugeriu o livro “A era do escândalo”, de Mário Rosa – especialmente para o pessoal da Comunicação Social. Ainda abordando o lado mais consciente da sociedade, falou do seu gosto por filmes, como as críticas: Tropa de Elite, Diamante de Sangue e Cidade de Deus. O último sendo um grande marco para o estudante, que quando conheceu o filme fazia parte de um Projeto de Habitação, em Canoas, e viu ficção e realidade se mesclarem.

O Coordenador do DCE afirmou ainda ser eclético, com relação à música: “Na balada, com o que tocar consigo me divertir”. Para ouvir em casa, sozinho, ele é mais seletivo: “Curto música nacional de manifesto”. Alguns nomes, como Rappa, Raimundos, e internacionais como Black Sabath, Ramones, Green Day.

O gosto culinário é simples, mas apurado. Quando perguntei, a resposta foi rápida: “Comida campeira, nada como um carreteiro de charque”. A explicação veio logo depois, Eduardo é ativo no Movimento Tradicionalista Gaúcho e inclusive representa a 13ª Região Tradicionalista nos Jogos de Truco.

Idealista confesso, Eduardo encontra nas iniciativas educacionais a solução mais eficaz para inúmeros problemas sociais. Essa questão é o ícone do DCE, que busca, através de projetos pedagógicos, uma melhor e maior valorização do ensino.

Os planos de vida são parecidos com os de muitos graduandos: fazer Mestrado – no caso de Eduardo, em Administração Pública – e contribuir para as mudanças sociais e econômicas, em âmbito nacional. Por meio desse engajamento, o acadêmico estima que encontrará realização tanto profissional quanto pessoal.

sábado, 13 de outubro de 2007

As grandes simplicidades da vida...

Depois de muito trabalho, a aposentadoria é a maior recompensa para aqueles que viveram anos prestando serviço à sociedade através de sua ocupação. O proprietário do “bar da Reitoria”, Valdocir Bock, exemplifica perfeitamente tal situação.
Com quase quarenta anos de profissão, Valdocir já programa o descanso que está mais perto do que nunca. Certamente, terá mais tempo para a família, os amigos, a chácara, em Três Barras, os cuidados com passarinhos, a torcida pelo Grêmio, o churrasco, no domingo, e as demais atividades prazerosas da vida.
Trabalho e mais trabalho, muitas vezes nem sobra tempo para o lazer e o melhor da vida. Para alguns, o melhor da vida é trabalhar. Mesmo essas pessoas, precisam dos merecidos momentos de folga, aquele tempo para si, para a família, para o nada...
Aspirações e sonhos todos têm. Uns são mais ambiciosos, estrapolam os limites e buscam, incessantes, a estabilidade financeira. Outros são mais desprendidos, desejam as coisas singulares da vida, sem pretensão de riqueza ou poder.
Quem é mais feliz? O que conquistar o que quer? O mais rico? O mais sossegado? Os dois podem ser felizes, cada um a sua maneira. A realização depende de planos pessoais. Valdocir já fez seu planejamento: espera descansar e aproveitar as coisas boas da vida.

Tenho consciência de que essa postagem é extremamente subjetiva. E como não seria? Aspirações, sonhos e sentimentos são coisas quase inseparáveis, um dueto entre emoção e razão do ser humano.
O julgamento do que vem a ser as coisas boas da vida depende dos códigos de cada pessoa. Na seqüência, separei alguns momentos que julgo “os melhores”. Sugiro que os visitantes somem a essa lista as suas boas vivências...

“Caminhar sem rumo.
Aprender coisas novas.
Superar as expectativas.
Ficar na rua até o dia amanhecer.
Ver fotos de quando se era criança.
Colo de avó.
Histórias de avô.
Fazer e manter amigos.
Ver o sol nascer ou se pôr...”


Mais das “melhores coisas da vida”...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Além do “Baixinho”, outras personalidades entraram para a história naquela sexta-feira de fevereiro de 1953

Em 06 de fevereiro de 1953 nascia o “Baixinho”. Neste mesmo dia, os registros indicam o nascimento de várias “outras” personalidades. Quarenta e dois anos antes, em 1911, nascia o ex-ator e ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan. Seu primeiro contrato como ator em Hollywood foi firmado em 1937. Nas duas décadas seguintes, ele atuou em 53 filmes e foi locutor de rádio. Na carreira política, cumpriu os cargos de governador e presidente dos EUA. Conservador, Reagan foi eleito governador da Califórnia em 1966 e reeleito em 1970. Mas, seu maior feito foi ter ocupado o cargo de Presidente do país por oito anos (de 1981 a 1989).

Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley, também nasceu em 06 em fevereiro, mas de 1945. Cantor e compositor jamaicano, Bob difundiu o estilo musical “reggae” e a religião “rastafari” pelo mundo inteiro. A música de Bob foi muito valorizada principalmente em seu país de origem, pois os jamaicanos atribuíam a ela um significado especial. Ziggy, um de seus filhos, explicou em uma entrevista a importância da música do pai para aquele povo: “A música na Jamaica tem sido usada como protesto, contra o sofrimento dos pobres. Ela é parte essencial nas nossas vidas, a música influencia diretamente as pessoas no seu cotidiano na Jamaica.”

No mesmo dia, mas no ano de 1962, morre no Rio de Janeiro o pintor brasileiro Cândido Torquato Portinari. “Baixinho” de estatura, mas grandioso na criatividade, Portinari começou suas atividades como pintor já aos nove anos, quando ajudou a decorar uma igreja local. De tanto pintar, o pintor mais reconhecido e expressivo do país acabou vítima de intoxicação pelo chumbo das tintas que utilizava para homenagear a terra que tanto amava – o Rio de Janeiro.

Além de pessoas, no ano de 1953 nascia, juntamente com o “Baixinho”, um dos símbolos daquele que seria seu time do coração: o hino do Grêmio. Foi Lupicínio Rodrigues, um dos maiores compositores gaúchos, que transformou em palavras seu amor tanto pela música quanto pelo futebol – principalmente pelo tricolor gaúcho. Devido a esta contribuição para a história do time, o retrato de Lupicínio está na Galeria dos Gremistas Imortais.

Em 1953 - dia 03 de outubro -, a área da comunicação comemorou uma data importante no Brasil. Entrava no ar a TV Record. A estréia foi através de um programa musical, estilo este que continuou sendo a aposta da emissora por vários anos. Depois disso, a Rede Record começou a investir na exibição de telejornais e programas esportivos.
A Petrobras - Petróleo Brasileiro S/A – surgiu em outubro de 1953, tendo recebido o monopólio da exploraração e produção petróleo, além da realização das demais atividades ligadas ao setor de petróleo, gás natural e derivados. Hoje, cinquenta e quatro anos depois, a empresa está presente em quase 30 países e é a 14ª empresa de petróleo do mundo. No ano passado (2006), com o início das atividades da plataforma P-50 no norte da Bacia de Campos (RJ), a Petrobras passou a ter a capacidade de produzir 2 milhões de barris de petróleo por dia. Isto foi um marco histórico para o Brasil, pois o tornou auto-suficiente em petróleo – já que o consumo interno é de 1,8 milhão de barris por dia.

Onde tudo começou



Em seis de fevereiro de 1953, em algum momento de um dia lindo de verão, nasceu o nosso Baixinho do bar da Reitoria. A nova vida chegou a este mundo na cidade de Restinga Seca, cidade vizinha à Santa Maria que agora você conhece um pouquinho mais.


Restinga: orla de bosque ou mato em baixadas, à margem do arroio ou sangas

Seca: origina de uma sanga denominada Passo da Parteira, que em época do ano, ficava com pouca água e cortava o curso.

É assim. Sem nenhuma música de suspense de fundo. A situação geográfica deu origem ao nome à cidade.


O lugarzinho tem mais de um século. Os primeiros habitantes receberam as terras na doação de sesmarias e com a construção da estrada de ferro Porto Alegre - uruguaiana em 1885. A comunidade oficial surgiu no município de Chachoeira do Sul em 1899 e 60 anos depois, em 1959, transformou-se na cidade de Restinga Seca.


De acordo com o IBGE, no senso de 2000, 16.400 pessoas residem no município. O Índice de Desenvolvimento Humano, que calcula basicamente as taxas de saúde, educação e economia, é de é de 0.765, considerado médio segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD.


Além da agricultura, pecuária e a atividade industrial, um dos fatores que movimenta a economia do município - embora com menos intensidade - é o turismo. O principal é a praia das Tunas, que na verdade é uma orla fluvial. O local é chamado de praia pela semelhança com a costa marítima, embora a água seja do Rio Vacacaí.


Distante 12 km do centro da cidade, é um dos balneários mais visitados da região. De acordos com dados da Secretaria de Turismo, nos meses de janeiro e fevereiro o balneário chega a reunir 10 mil turistas. Além disso, também há locais que oferecem turismo ecológico.


Para entendermos um pouco mais a história da cidade, aí vai um trechinho do Hino, e abaixo alguns links úteis para quem quiser conhecer este cantinho no centro do Rio Grande do Sul, a poucos Km de Santa Maria.

"Ecoou ao longe o apito do trem
Que parecia deslizar sobre os seus trilhos
Com a emoção de quem espera na estação
Restinga Sêca abriu os braços pra os seus filhos

Veio o luso fecundar as sesmarias,
Com o negro, o italiano e o alemão
Lágrima e suor e o sangues miscigenados
Forjaram a seiva restinguense neste chão"
[...]





Como chegar - Mapas Rodoviários

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Feijão com arroz? Ou que tal uma costelinha?

Um domingo sem churrasco não é domingo. Reunir a família em volta da churrasqueira. Passar a tarde proseando e tomando chimarrão enquanto espera a carne assar. E carne das boas. Para quem entende do assunto (o que não chega a ser o meu caso), carne boa é carne nova, que é mais macia e magra. O baixinho deve passar domingos inteiros na sua chácara, em volta da churrasqueira.
Para alguns que moram em apartamentos, é gozado pensar que a tradição do churrasco se originou em um fogo de chão, nos pampas gaúchos, entre índios e gaúchos. Hoje podemos dizer que a coisa evoluiu. Temos churrasqueiras em (quase) todos os apartamentos. É artigo essencial para qualquer gaúcho. Mas a paixão pelo churrasco continua a mesma.
Churrasco é encontro de família, rodada de chimarrão. Para os estudantes que estão longe de casa, ainda há opções. Os famosos churrascos dos Décimos Semestres dos cursos de Agronomia e Veterinária, que acontecem de tempos em tempos na UFSM matam um pouco aquela saudade do churrasquinho (com um preço acessível, é claro.)
O baixinho não abre mão, também, do prato típico de um bom brasileiro: feijão com arroz. O feijão é apreciado de norte a sul do Brasil. Em cada região há uma receita diferente, mas, no fim, a tradição é a mesma. Aí embaixo, deixo uma receita para quem ainda não sabe fazer feijão.

Feijão Caseiro

Ingredientes
¼ de quilo de feijão
1 ½ litro de água
½ cebola picada
1 dente de alho picado
1 folha de louro
sal e pimenta do reino à gosto
óleo ou banha de porco para refogar os temperos

Modo de preparar
1. Escolher o feijão e colocar de de molho em água fria durante 12 horas
2. Acrescentar o restante da água e a folha de louro e cozinhar em fogo brando até amolecer bem
3. Em uma frigideira, aquecer o óleo ou a banha e fritar a cebola e o alho até dourar
4. Colocar uma concha de feijão no tempero e amassar bem
5. Colocar o tempero na panela de feijão e deixar ferver em fogo médio até ficar com um caldo bem grosso.

Aprovado! Como bom brasileiro e gaúcho, o baixinho adora um feijão com arroz e um churrasquinho. Um prato é tipicamente brasileiro e o outro, gaúcho. Será que o Baixinho é mais brasileiro ou mais gaúcho? Bem, essa discussão fica pra uma próxima hora.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

“Até a pé nós iremos
Para o que der e vier
Mas o certo é que nós estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver...”



Das muitas histórias que ouve em seu restaurante, com certeza, as que mais agradam o Baixinho são sobre as vitórias e conquistas de seu time: O Imortal Tricolor.

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense nasceu de uma bola de futebol. A trajetória começou com o paulista Cândido Dias da Silva e sua bola de futebol.

Apareceu na capital gaúcha a equipe de futebol do Sport Clube Rio Grande, que havia sido convidada para uma exibição na cidade. No dia marcado, 7 de setembro de 1903, a bola do jogo esvaziou-se e Cândido emprestou a sua, garantindo o final da demonstração. Em troca, ao final da partida, obteve dos jogadores as primeiras lições sobre futebol e, principalmente, deles ficou sabendo como agir para fundar um clube. Foi então, em 15 de setembro de 1903, que trinta e dois rapazes se reuniram no Salão Grau e deram início ao conhecido Grêmio.

Nas últimas décadas, já como funcionário na UFSM, Baixinho deve lembrar bem dos muitos triunfos de seu time. O clube conquistou os Gauchões de 1993, 1995, 1996, 1999 e 2001; a Copa do Brasil em 1994, 1997 e 2001; venceu a Copa Sul-Brasileira de 1999 e, principalmente, em 1995, sob o comando técnico de Luis Felipe Scolari, quando então, conquistou o Bicampeonato da Taça Libertadores da América, a Copa Sanwa e o Vice-campeonato mundial, ambos no Japão.

Em 1996, o tricolor venceu a Recopa Sul-Americana; o Bicampeonato Brasileiro e no ano seguinte, conquistou na Espanha o Troféu Colombino. Mas, segundo a maioria dos gremistas e, provavelmente, o Baixinho também, foi em 26 de novembro de 2005, que o Grêmio obteve sua mais heróica conquista: o Campeonato Brasileiro da Série B. O tricolor superou todas as adversidades dentro e fora do campo, suplantando o Naútico de Recife por 1x0, com apenas sete jogadores, contra dez do adversário, numa reação jamais vista na história do futebol mundial.

E, finalmente, em 2006, o time reconquista o campeonato gaúcho, e em 2007, chega ao bicampeonato.



É, apesar de não ser gremista, acho sim que o Baixinho tem muito que comemorar pelo seu time!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O "Baixinho" do Bar da Reitoria


Há algumas semanas atrás, quando o Restaurante Universitário da UFSM estava fechado devido à greve dos funcionários, para muitos estudantes a opção era escolher algum restaurante pelo campus para almoçar. Um desses restaurantes é o “bar da reitoria”, comandado por Valdocir Bock ou, simplesmente, Baixinho.


Valdocir é natural de Restiga Seca, onde nasceu em seis de fevereiro de 1953. Órfão de pai, foi acompanhando a mãe e os irmãos mais velhos que veio para Santa Maria, aos quatro anos de idade.


Lembrando exatamente do dia em que começou a trabalhar na UFSM, em dois de março de 1969, ele comenta sobre o seu primeiro restaurante, que ficava no Centro de Tecnologia. Valdocir recorda todos os anos que passou com seu estabelecimento nesse centro, as várias turmas que passaram enquanto trabalhava por lá, a integração com os alunos, as amizades, e também as formaturas nas quais foi homenageado. Já no prédio da reitoria, tem seu restaurante desde abril de 2002.


Baixinho gosta de passar os finais de semana descansando na sua chácara, em Três Barras. Uma de suas atividades prediletas é fazer casinhas para pássaros e cuidar deles. Na televisão, assiste a programas sobre natureza e, gremista, gosta de acompanhar jogos de futebol.


Para ele, o básico feijão com arroz é indispensável, mas em primeiro lugar vem sempre um bom churrasco.


É casado há trinta e três anos e tem duas filhas, de 26 e 28 anos. Prestes a se aposentar, para o futuro espera descansar e aproveitar os bons momentos da vida.

sábado, 6 de outubro de 2007

Quindim, locutor de rádio?

Enquanto muitos com sua idade estudavam, Jeferson já precisou começar a trabalhar. Com quatorze anos, era cobrador de ônibus. Hoje, aos dezesseis, é o conhecido palhaço Quindim, divertindo as pessoas que passam pela rua do Acampamento. Mesmo tendo que parar de estudar cedo, o guri ainda quer terminar a escola e realizar seu sonho: ser radialista.
O radialista tem sua profissão regulamentada pela Lei Nº 6.615, de 16 de dezembro de 1978, e pode exercer as funções de administração, produção e técnica em uma empresa de radiodifusão. A carga horária para o locutor – que é o desejo de Jeferson – é de cinco horas diárias. Quanto à formação, pode ser feito ou um curso técnico, ou uma faculdade de Rádio e TV. Quem faz o curso técnico sai habilitado a exercer a função de locutor, já quem possui a faculdade torna-se radialista e pode exercer outras atividades dentro do rádio, como produção e direção.
Para trabalhar no rádio, causar empatia, além de versatilidade e carisma, são características fundamentais. E Jéferson, pelo visto, preenche esses requisitos.
Quindim trabalha com as pessoas, com o contato direto. Como radialista, vai estar atrás de um microfone, separado fisicamente do seu público, sem que possa ser visto. No entanto, certamente sua voz será reconhecida por muitos, que ouvirão seu tom animado e seu jeito espontâneo de falar. Vamos esperar que Quindim alcance seu objetivo, e continue passando sua alegria contagiante “nas ondas do rádio”.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

10 de novembro: o que aconteceu nesse dia?

Ainda não foi mencionado, mas o Quindim nasceu no dia 10 de novembro de 1990. Que tal sabermos o que aconteceu em outros anos nessa mesma data?

No ano de 1483, nasce o teólogo alemão Martinho Lutero. Como a maioria das pessoas sabe, Lutero foi o grande reformador da igreja e, pregando as famosas 95 teses, tornou-se o responsável mais direto pela Reforma Protestante.

Em 1859, é declarada a Segunda Guerra de Independência Italiana. Um acordo de paz pelo Tratado de Zurique, em que a França recebia a Lombardia (entregue depois ao Piemonte-Sardenha) e a Áustria conservava Veneza.

Já no ano de 1896, destaque para o Brasil. O Presidente Prudente José de Morais e Barros se afasta do poder, por motivos de saúde, deixando o governo entregue ao seu vice, Manuel Vitorino Pereira.

Um fato de importância jornalística ocorreu em 1928, quando a revista O Cruzeiro começa a ser publicada. Considerada uma das maiores revistas já editadas no Brasil e idealizada por Chateaubriant, O Cruzeiro alcançou uma grande tiragem na década de 20, assumindo o papel de principal revista brasileira da época.

É Instaurado o Estado Novo, no Brasil, em 10 de novembro de 1937. Já no ano de 1945, foi fundado o Partido Libertador.

O dia 10 de novembro de 1955 traz a marca da alegria e do folclore brasileiros. No Carnaval, há a Fundação da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.

O polêmico Maradona participa de uma partida em sua homenagem com os jogadores oficiais do time de futebol argentino, em 2001.

A saga Harry Potter também terá momento importante nessa data. O lançamento em português do último livro da série, Harry Potter e as Relíquias da Morte, está previsto para 10 de novembro de 2007.

O dia 10 de novembro é considerado Dia do Trigo e Dia da Indústria Automobilística.

Então é isso!
Esse espaço é destinado a algumas informações sobre fatos históricos que aconteceram ou estão por vir, sempre relacionados ao dia do nascimento do perfil da semana...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Santa Maria da Boca do Monte: o lar (doce lar!) do palhaço Quindim

Está certo: o Quindim trabalha muito durante o dia fazendo as suas palhaçadas para os clientes da farmácia. Mas durante a noite (exceto nos finais de semana, é claro) ele quer mesmo é um descanso. Certamente, escutar um rap e, ao mesmo tempo, comer a tal “pizza escabelada” seria uma ótima opção. E, existe melhor lugar para isso senão o lar doce lar? O de Quindim fica na “cidade coração do Rio Grande”, mais precisamente no Conjunto Habitacional (Cohab) Tancredo Neves.

Já que você pode não conhecer, aqui vai um pouco da história de Santa Maria. A história da cidade começou em 1791 com a chegada de militares que firmaram acampamento em terras na época disputadas por Portugal e Espanha. Anos depois, cada vez mais militares de origem alemã vieram para cá. Mas foi em 1858 que as terras receberam o título de cidade. Era fundada a “Santa Maria da Boca do Monte” que, desde o início, foi conhecida por ser um ponto estratégico-militar importante da região.

Quase vinte anos depois, os italianos - possíveis (Possíveis? Por apontar a pizza como prato preferido, Quindim só pode ser um verdadeiro gringo!) antepassados do palhaço Quindim - também se estabeleceram na cidade.

A partir de 1885, a cidade passou a ser conhecida pela sua importância não só militar, mas também ferroviária. A instalação dos primeiros trilhos trouxe consigo o desenvolvimento regional. Devido a isso, uma empresa belga resolveu administrar a Rede Ferroviária Riograndense. Junto com ela, vieram imigrantes belgas e franceses que se concentraram na região da cidade conhecida, a partir de 1903, como Vila Belga.

Apoderando-se do terceiro título, Santa Maria atendia, em 1950, pelo status de “Metrópole Escolar do Rio Grande do Sul”. Escolas municipais, estaduais e particulares não faltavam por aqui. No entanto, foi em 1960 que o setor educacional deu um salto, já que aqui estava sendo criada a Universidade Federal de Santa Maria – primeira universidade federal do interior do Brasil.

Estamos no outro século, mas a cidade ainda é lembrada pela força militar, ferroviária e educacional que teve - e ainda tem. Mas, hoje, se você ouvir alguém citar a “cidade cultura”, já sabe sobre qual lugar está se falando. Pode não parecer, mas alguns dos cerca de 261.980 habitantes (segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2004) de Santa Maria não concordam muito com este mérito. Principalmente após o fechamento dos cinemas municipais.

Agora é a vez de uma breve citação da cohab onde Quindim mora. Tancredo Neves é um dos Conjuntos Habitacionais de Santa Maria. Ela é uma verdadeira cidade em miniatura em que as moradias se constituem de casas similares e de edifícios com as mesmas dimensões. Lá, tem de tudo. Alguns dos estabelecimentos da cohab são o Centro Comercial, a Praça Petrônio Cabral e a Unidade Sanitária (pronto atendimento) Ruben Noal.

Bom, amanhã já é sexta-feira. O fim de semana está chegando. Quindim não vai trocar as baladas pela tranqüilidade de sua casa na Cohab.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pizza e galinha escabelada. Do tradicional à moda da casa!

Levanta a mão aí quem gosta de pizza? Estou vendo algum braço abaixado? Não!

Ah, e isso não é, definitivamente, nenhuma piada de palhaço. Nesse ponto nosso perfilado da semana fala sério, e nós, humildes mortais, dotados do pecado capital da gula, temos que concordar. Dez entre dez pessoas não dispensam uma pizza. Com raras (raras) exceções.

"Quindim" é o nome do personagem que Jeferson utiliza para fazer rir. Mas para fazer o palhaço dar boas gargalhadas, convide-o para comer uma pizza ou uma galinha descabelada.
A pizza todo mundo conhece. Famosa massa chata coberta pelos mais diversos sabores, depende da criatividade do cozinheiro. Mas e a galinha escabelada?
A origem desse prato é desconhecida. Poderia tanto dizer que é brasileira, quando russa ou tailandesa. O ingrediente essencial na receita é o frango desfiado, por isso o nome “galinha descabelada” – não que frango e galinha sejam o mesmo, mas há coisas que realmente não têm explicação.

Já para a pizza há, inclusive, diferentes versões da história. A delícia não era bem assim como o palhaço Quindim está acostumado a comer. A primeira pizza apareceu há mais de seis mil anos e era apenas uma fina camada de massa conhecida como “pão de Abrahão” que os hebreus e egípcios consumiam. Ela se parecia com nosso pão sírio atual e também era chamada de “piscea” - daí o nome pizza.

Milhares de anos depois, os italianos incrementaram a pizza com o tomate. Porém, ela era consumida dobrada ao meio, como um sanduíche. Depois, em 1889, dom Raffaele Espósito, um padeiro napolitano que servia o rei Umberto I e a rainha Margherita, resolveu adicionar à massa mussarela, tomate e manjericão, ingredientes que reproduziam as cores da bandeira italiana. Em homenagem à rainha ele batizou sua receita com o nome de pizza Margherita.

Finalmente a pizza começava a ter a forma de hoje e não demorou muito para a fama chegar a outros países. E Mama mia! O palhaço Quindim agradece!
E, justamente em homenagem a ele, resolvemos criar uma receita especial. Juntando um punhado de idéias e colocando tudo em um recipiente, acrescentando depois um bocado de pesquisas, surgiu a "PIZZA ESCABELADA".

A quem interessar possa, aí estão os ingredientes e o modo de preparo desta "delícia", ainda em fase de experimentação.


Ingredientes da massa:
1 tablete de fermento biológico 2 ½ xícaras de chá de farinha de trigo sal, óleo, leite

Preparo:
Coloque o fermento em uma tigela, junte ½ xícara de chá de água morna e mexa para dissolver bem o fermento.

Coloque a farinha de trigo, peneirando-a sobre uma superfície. Faça um buraco no meio e tempere com um pouco de sal. Acrescente o fermento e misture com um garfo ou com as mãos. Não pare de mexer juntando aos poucos ½ xícara (chá) de água morna.

Após, trabalhe a massa até ela ficar consistente e elástica. Faça uma cruz na superfície, cubra com um pano e deixe descansar por mais ou menos umas 2 ou 3 horas, dependendo da temperatura ambiente. Após esse tempo, coloque a massa, de preferência, sobre uma pedra polvilhada de farinha de trigo, amassando-a ligeiramente com o rolo de macarrão. Unte uma assadeira com manteiga ou azeite e abra a massa empurrando-a bem para que não fique grossa demais.

Ingredientes da galinha escabelada:
350 g de peito de frango, cortado em cubos
1/5 colher de óleo
1 cebola média picada
50 g de presunto picado
1 tomate picado
100 g de palmito picado
1 copo de requeijão
sal a gosto
queijo ralado a gosto
batata palha a gosto

Modo de preparo:
Refogue o azei­te, o presunto, o frango, a cebola e os tomates por aproximadamente 10 mi­nutos.
Distribua o refogado sobre a massa, uniformemente.
Acrescen­te sobre o refogado o palmito picado e após o requei­jão e o queijo ralado.
Leve ao forno 15 min minutos.
Tire do forno e acrescente a batata palha.


Bom apetite!

P.S “Ainda em fase de experimentação” quer dizer que não foi definitivamente provada, mas esperamos receber as críticas da receita por vocês, leitores ávidos por aventuras culinárias!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Rap: nas suas origens, uma música politizada, que falava de diferenças raciais e sociais numa Nova York marginalizada.

Quindim, o palhaço da Farmácia "Mais Econômica" curte um rap. Por isso, decidimos que hoje iríamos esclarecer um pouco o que é esse som e como ele se originou.

"Eu não vejo mudanças. Acordo de manhã e me pergunto: vale a pena viver? Deveria me matar? Estou cansado de ser pobre". Essa letra é de uma música de Tupac e simboliza o tema da maioria das músicas de rap: problemas sociais que atingem as classes menos favorecidas e que são, muitas vezes, ignorados. A sua sigla significa Rythim, Arte and Poetry – Ritmo, arte e poesia. Ele tem um ritmo acelerado e suas letras são quase recitadas.

O som curtido pelo Quindim se originou na Jamaica em meados da década de 60. No seu começo, o rap era apenas uma batida usada nas festas. Ele passou a adquirir um sentido social a partir de 1970, quando foi parar nos Estados Unidos, levado por muitos jamaicanos obrigados a migrar para o país. Os bairros marginalizados de Nova York foram palco de uma transformação no rap, que passou a ser chamado de Gangsta Rap, ou seja, Rap Gângster. Assim, essa nova modalidade ganhou espaço na mídia mundial, sendo tocada em países como Estados Unidos, Japão, França e, entre outros, Brasil.

Na sua origem, o Gangsta Rap falava das desigualdades e do racismo presentes em Nova York, com nomes como Tupac e Noutorius B.I.G. Hoje, a presença do rap na mídia é marcada por músicas que falam sobre tudo, sendo que são poucos que valorizam as raízes culturais.

O Rap é um dos quatro elementos que compõe o movimento Hip-Hop, iniciado nos Estados Unidos. Os outros são: instrumentação do DJ, a dança do break dance e a pintura do grafite.

No Brasil, o movimento do Hip hop chegou na década de 1980, mas ganhou espaço na indústria fonográfica apenas na década seguinte. Grupos como Racionais MC’s e O Rappa (que mescla rap e reggae) ganharam destaque. As letras das músicas tratam da vida cotidiana da periferia dos grandes centros. Aí embaixo vai um trecho de uma música dos Racionais MC's, ícone do rap nacional:

“Menores carentes se tornam delinqüentes.
E ninguém nada faz pelo futuro dessa gente.
A saída é essa vida bandida que levam.
Roubando, matando, morrendo”.

Com o acesso a grandes gravadoras e à mídia, o rap caiu no gosto de um público muito longe da realidade das periferias e se consagrou como gênero musical.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Quindim, o "palhaço da Farmácia Mais Econômica".


Quem nunca passou pela Rua do Acampamento e ouviu frases como “Promoção e promocinha!”, “Aqui você compra barato!”, “O melhor preço da cidade.”?

Todas elas são ditas e, algumas vezes, gritadas pelo Quindim, mais conhecido como o “Palhaço da Farmácia Mais Econômica”. Por ser assim, uma figura muito conhecida, mas não-famosa de Santa Maria é que o Quindim foi escolhido para ser o estreante desse blog.

Na verdade, Quindim é o apelido de Jeferson Toledo da Rosa, um santa-mariense de 16 anos, que há três meses trabalha de animador na farmácia. Ao ser perguntado se gosta do seu emprego, ele diz que sim, que gosta de ser visto e ser notado.

Um menino simples e de uma felicidade contagiante, filho de motorista de ônibus e que, desde os quatorze anos, já trabalhava como cobrador.

Quindim estudou na Escola Paula Lauda, da Cohab Tancredo Neves, e agora apenas trabalha, mas diz que quer voltar a estudar e ser locutor ou radialista, para poder ser ouvido por muitos. Nos finais de semana, vai à “baladas”, como ele mesmo disse, adora domingueiras e curte um rap. A música que mais gosta é Um minuto para o fim do mundo, da banda CPM 22. Seus pratos prediletos são pizza e galinha escabelada. Praticou judô e com ele visitou lugares como Porto Alegre e até o estado de Mato Grosso.

No final da nossa conversa, Quindim pediu se podia deixar uma frase, então aí esta ela:


“Não diga a Deus que você tem um grande problema, mas diga ao problema que você tem um grande Deus.”