IDENTIDADES





Uma forma de conhecer um pouco mais da sociedade santa-mariense, mostrando diferentes personagens da cidade, seus gostos e preferências...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Rap: nas suas origens, uma música politizada, que falava de diferenças raciais e sociais numa Nova York marginalizada.

Quindim, o palhaço da Farmácia "Mais Econômica" curte um rap. Por isso, decidimos que hoje iríamos esclarecer um pouco o que é esse som e como ele se originou.

"Eu não vejo mudanças. Acordo de manhã e me pergunto: vale a pena viver? Deveria me matar? Estou cansado de ser pobre". Essa letra é de uma música de Tupac e simboliza o tema da maioria das músicas de rap: problemas sociais que atingem as classes menos favorecidas e que são, muitas vezes, ignorados. A sua sigla significa Rythim, Arte and Poetry – Ritmo, arte e poesia. Ele tem um ritmo acelerado e suas letras são quase recitadas.

O som curtido pelo Quindim se originou na Jamaica em meados da década de 60. No seu começo, o rap era apenas uma batida usada nas festas. Ele passou a adquirir um sentido social a partir de 1970, quando foi parar nos Estados Unidos, levado por muitos jamaicanos obrigados a migrar para o país. Os bairros marginalizados de Nova York foram palco de uma transformação no rap, que passou a ser chamado de Gangsta Rap, ou seja, Rap Gângster. Assim, essa nova modalidade ganhou espaço na mídia mundial, sendo tocada em países como Estados Unidos, Japão, França e, entre outros, Brasil.

Na sua origem, o Gangsta Rap falava das desigualdades e do racismo presentes em Nova York, com nomes como Tupac e Noutorius B.I.G. Hoje, a presença do rap na mídia é marcada por músicas que falam sobre tudo, sendo que são poucos que valorizam as raízes culturais.

O Rap é um dos quatro elementos que compõe o movimento Hip-Hop, iniciado nos Estados Unidos. Os outros são: instrumentação do DJ, a dança do break dance e a pintura do grafite.

No Brasil, o movimento do Hip hop chegou na década de 1980, mas ganhou espaço na indústria fonográfica apenas na década seguinte. Grupos como Racionais MC’s e O Rappa (que mescla rap e reggae) ganharam destaque. As letras das músicas tratam da vida cotidiana da periferia dos grandes centros. Aí embaixo vai um trecho de uma música dos Racionais MC's, ícone do rap nacional:

“Menores carentes se tornam delinqüentes.
E ninguém nada faz pelo futuro dessa gente.
A saída é essa vida bandida que levam.
Roubando, matando, morrendo”.

Com o acesso a grandes gravadoras e à mídia, o rap caiu no gosto de um público muito longe da realidade das periferias e se consagrou como gênero musical.

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