IDENTIDADES





Uma forma de conhecer um pouco mais da sociedade santa-mariense, mostrando diferentes personagens da cidade, seus gostos e preferências...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Viva o Rio Grande do Sul!


Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul!!
(Querência Amada)


É o compositor deste verdadeiro hino gaúcho que acompanha Dona “Julinha dos chás” todos os dias. As músicas de Vitor Mateus Teixeira, ou simplesmente Teixeirinha, são as suas preferidas, assim como de tantos outros gaúchos. O maior artista gaúcho nasceu em 1927 na cidade de Rolante (RS). Teve uma infância difícil, pois perdeu o pai quando tinha 6 anos e a mãe, quando tinha 9. Começou a trabalhar desde cedo, fazendo de tudo um pouco. Em toda a sua vida, foi desde vendedor ambulante até operador de máquinas do Departamento de Estradas de Rodagem (DAER). Depois de todas estas funções, começou a cantar em rádios de cidades interioranas para tentar a sorte na carreira artística.

Em 1959, a vida de Teixeirinha começou a mudar. Foi chamado para cantar em São Paulo, de onde eram alguns dos cantores mais influentes daquela época. Os shows que fez por lá o tornaram conhecido e abriram as portas para a gravação de seu primeiro disco, “O Gaúcho Coração do Rio Grande”, em 1961. Já neste ano, seu disco vendeu mais de 1 milhão de cópias, um número muito expressivo para a época.

De volta ao nosso Rio Grande, Teixeirinha foi a Porto Alegre. Para se ter idéia do quanto o cantor faturou com a venda de seu primeiro disco, ele conseguiu comprar uma casa, na capital gaúcha, e uma Kombi. Daí em diante, ninguém mais conseguiu parar o “Gaúcho Coração do Rio Grande” (ao contrário do que possa parecer, o nome não é nenhuma referência à cidade de Santa Maria, conhecida também como cidade “coração do Rio Grande”). Teixeirinha bateu recordes. A música “Coração de Luto”, uma composição que ele fez em homenagem a sua mãe, é até hoje a mais vendida do mundo. Foram mais de vinte e cinco milhões de cópias.

Além de compor e cantar várias músicas – o número é incrível: cerca de 1200 composições e 700 gravações –, Vitor Mateus Teixeira também deu as caras como ator. Participou de doze filmes e se configurou, juntamente com Mazzaropi, como um dos principais representantes, no cinema, da cultura regional brasileira. Os títulos dos filmes nos quais atuou são: “Coração de luto”, “Motorista sem limites”, “Ela tornou-se freira”, “Teixeirinha 7 provas”, “O pobre João”, “Na trilha da Justiça”, “Carmem, a cigana”, “A Quadrilha do Perna Dura”, “Meu pobre coração de luto”, “Gaúcho de Passo Fundo”, “Tropeiro Velho” e “A Filha de Iemanjá”. Ah, uma curiosidade: “Julinha dos chás” gosta tanto dos filmes de Teixeirinha, que até comprou um aparelho de DVD para poder assistir aos que já foram digitalizados.

Apresentações no Brasil foram muitas. E no exterior não foi diferente. Estados Unidos da América, Canadá e alguns países da América do Sul também foram palco para Teixeirinha.

Este grande compositor, cantor e poeta gaúcho faleceu em 1985 em Porto Alegre e – pasmem! – deixou nove filhos.

Teixeirinha conseguiu, através da música, fazer com que seus ouvintes se identificassem com o conteúdo de suas letras. A simplicidade do rincão, a felicidade emanada pela vida no campo e o amor pelo Rio Grande são algumas das lições de suas composições. Elas sempre me fazem lembrar as festas em família realizadas sempre no primeiro dia de cada novo ano, nas quais as músicas de Teixeirinha não podem faltar. Lembram-me dos ensinamentos de simplicidade ensinados a mim pelos meus pais. Talvez uma das pessoas que influenciaram a eles - além dos meus avós, é claro - tenha sido o “Gaúcho coração do Rio Grande”, através de suas canções.

Teixeirinha ainda se mantém vivo na memória de muitas pessoas, principalmente dos gaúchos. E para quem quer relembrar as canções de Teixeirinha, aí vão algumas delas: Querência amada, Tordilho negro, Gaúcho de Passo Fundo e Canarinho cantador.
Além de relembrar Teixeirinha por meio de suas canções, os fãs também podem fazer isto através da leitura de um livro sobre a vida dele. Neste fim de semana, o escritor Israel Lopes fará uma sessão de autógrafos de seu livro “Teixeirinha – o Gaúcho Coração do Rio Grande”. A sessão será dia 04 de novembro, às 19h30min, no Pavilhão de Autógrafos da 53ª Feira do Livro, que está acontecendo em Porto Alegre.

Ah, uma última informação: a canção “Querência Amada”, que abriu o post de hoje do blog, pode vir a se tornar símbolo oficial do estado. Ela seria reconhecida como hino popular do Rio Grande do Sul. A proposta do Deputado Giovani Cherini (PDT) foi aprovada, dia 16 de outubro deste ano, pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa e agora será encaminhada ao plenário para votação dos parlamentares. Para ver a notícia completa, clique aqui.


Me perguntaram se eu sou gaúcho
Está na cara repare o meu jeito
Sou do rio grande lá de Passo Fundo
Trato todo mundo com muito respeito
(Gaúcho de Passo Fundo)

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